Em 02 de abril de 1.885, nascia em Cuiabá o menino Francisco Thomaz de Aquino Corrêa, filho de Antonio Thomaz de Aquino Corrêa e de D. Maria d'Alleluia Gaudie Corrêa. Em 1º de janeiro de 1.915, o então padre Francisco de Aquino Corrêa foi sagrado, na Catedral Metropolitana de Cuiabá, o bispo mais moço do mundo, após ser diretor do Liceu Salesiano São Gonçalo e auxiliar do Arcebispo Dom Carlos Luis d'Amour. Em 1.917, foi eleito presidente do Estado, ou governador, como queiram, como candidato de conciliação indicado pelo presidente da República e aceito pelos partidos em luta no Estado, como escreveu o historiador Rubens de Mendonça por ocasião do centenário de nascimento de Dom Aquino, há 25 anos atrás.
Dom Aquino foi empossado governador em 22 de janeiro de 1.918, governando Mato Grosso por quatro anos, tendo nesse período, fundado o Instituto Histórico de Mato Grosso, em 1919, e a Academia Matogrossense de Letras, em 1921. Contava Rubens de Mendonça, à época, ainda em 1.985, que Dom Aquino tinha sido o maior oradore sacro do seu tempo, além de pertencer à Academia Brasileira de Letras, onde ocupava a Cadeira nº 34. Ainda garoto, o saudoso médico Clóvis Pitaluga de Moura, disse ter avistado o Arcebispo Dom Aquino Corrêa, seu vizinho, de apenas uns 200 metros de distância entre a antiga residência oficial dos bispos, em frente a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, e a residência do casal João Bem Dias/Adélia Pitaluga de Moura (pais do dr. Clóvis), no comecinho da hoje avenida General Mello. Dr. Clóvis já faleceu, mas contou que via D. Aquino Corrêa em visitas a seus pais: "... a imagem de D. Aquino Corrêa exercia verdadeiro fascínio sobre mim nos longínquos tempos da minha descuidada infância...".
"Realmente, era uma figura que aprendemos a admirar e a respeitar, desde a minha tenra idade", escreveu sobre o religioso João Alberto Novis Monteiro, médico cuiabano radicado em Corumbá. "Os atributos pessoais bem cristalizaram a forte personalidade e o carisma de D. Aquino", disse Otacílio Borges Canavarros em opinião emitida no Centenário desse matogrossense ilustre.
Em 22 de março de 1956, falecia em São Paulo, ao anoitecer, um dos mais ilustres matogrossenses em todos os tempos, tendo seu corpo transladado para Cuiabá, onde chegou quando morria a tarde de 23 de março, sendo velado na Catedral de Bom Jesus, onde seus restos mortais permanece até hoje. "Viveu num arcebispado dos mais pobres do Brasil, numa fidelidade de pastor vigilante e bom", opinava Francisco Ferreira Mendes na edição da Revista Tomos, de 123 a 124, comemorativa do Centenário de Dom Aquino, em 1985.
São 54 anos do falecimento desse mato-grossense que deixou uma história rica de vida, de apostolado, de dedicação e de reverências a cidade onde nasceu e ao estado que governou. Sua história, seus feitos e a sua memória ainda permanecerão por anos e anos sendo passada de geração em geração sobre um menino que se tornou uma espécie de lenda e até hoje há quem se lembre dele como sendo o Príncipe da Igreja que costumava dizer "Ecce Homo" ou "Eis o Homem" nas suas aparições como sacerdote junto ao seu rebanho para orar em louvor dos cuiabanos e matogrossenses até antes de ser acometido por enfermidade que o levou a morte, em 22 de março de 1.956. Vai-se o homem no seu estado físico e ainda hoje permanece a sua alma, entre nós, a nos conduzir e a refrigerar a nossa alma, conduzindo-nos pelo caminho do bem.